A estimulação cognitiva como parte do cuidado com a pessoa idosa
As pessoas querem viver muito, mas poucas estão preparadas para o envelhecimento. Envelhecer é um processo natural, gradativo e contínuo que todo ser humano que tenha uma vida longa está sujeito a passar.
À medida que as pessoas envelhecem, observa-se um declínio natural de várias funções do corpo e do cérebro. Isso pode acarretar perdas funcionais leves ou evoluir para perdas acentuadas que passam a comprometer a capacidade que o indivíduo tem de gerir a própria vida.
Além do mais, envolve sua autonomia e/ou independência, passando a necessitar de acompanhamento e/ou cuidado integral de outra pessoa.
O Envelhecimento Saudável e o Envelhecimento Ativo
A expressão “Envelhecimento Saudável” tem suas controvérsias, pois a grande maioria das pessoas longevas tende a ter comorbidades que afetam a saúde e, via de regra, assumem um quadro crônico que pode se tornar complexo com o avanço da idade.
E ser saudável ou conviver com doenças é um dilema de todas as idades ao longo da vida; não só das pessoas idosas. Assim, um panorama favorável para as pessoas que têm vida longa, reside na ideia do “Envelhecimento Ativo”.
Nesse contexto, com ou sem doenças, as pessoas são vistas com potencial para serem incluídas na perspectiva de que, resguardadas as características individuais, todas podem e devem ser estimuladas para a manutenção do máximo de capacidade funcional que a sua condição permitir, pelo maior tempo que for possível.
Estamos nos referindo tanto à pessoa idosa que tem sua capacidade funcional preservada, como aquela que já tem declínios e comprometimentos mais severos, como por exemplo, as que são acometidas por quadros demenciais diversos, entre eles, os que são causados pela doença de Alzheimer.
Em qualquer um dos dois grupos que destacamos, as propostas para estimulação cerebral se constituem num caminho virtuoso para a manutenção da atividade de cada pessoa, dentro de suas competências.
Para o idoso autônomo e independente, a estimulação cognitiva pode prolongar essa condição; no caso de um idoso com perdas leves, pode contribuir para a desaceleração desse processo e, em se tratando daqueles que apresentam quadros severos de comprometimentos, podem se configurar, juntamente com tratamentos médicos, como forma de amenizar sintomas e imprimir “dignidade” à vida da pessoa, uma vez que ela não fica à mercê do ócio que pode incapacitá-la cada vez mais.
Quais são os benefícios da estimulação cognitiva?
Em todos os casos, a estimulação cognitiva, além de melhorar as condições cerebrais da pessoa, pode incidir positivamente em características psicológicas e sociais, como:
Autoestima;
Confiança;
Afetividade;
Autorregulação;
Interação, etc.
É muito importante lembrar que, quando falamos em estimulação cerebral, não podemos esquecer de que o cérebro e o restante do corpo não funcionam separadamente.
Portanto, uma boa alimentação, hidratação, atividade física, regulação emocional, interação social (família, amigos, conhecidos, grupos) e afetiva, acompanhamento médico, entre outros, são indispensáveis para o corpo como um todo e para o cérebro que faz parte dele.
O trabalho do cuidador de idosos na estimulação cognitiva da pessoa assistida
Quando uma pessoa idosa necessita de supervisão e acompanhamento integral, a tarefa da estimulação cerebral pode ser realizada pelo cuidador (de vínculo familiar ou profissional).
Sabemos que, em muitos casos, a rotina de cuidados físicos dentro das atividades de vida diária é tão intensa, que nem sempre é possível o trabalho com a estimulação cognitiva.
Entretanto, conhecer sobre o assunto, aprender sobre as possibilidades e os benefícios, pode ser o diferencial para que, havendo um momento oportuno, o cuidador esteja capacitado para oferecer atividades de estímulo à pessoa assistida.
Com isso, ganha muito a pessoa que é cuidada, pois certamente terá melhorias nas suas condições gerais e isso poderá até se tornar um facilitador para a rotina de cuidados.
Também ganha o cuidador que, além de “aplicar/oferecer” as propostas, poderá se beneficiar do aspecto preventivo dessas atividades para o próprio cérebro, quando realizar algumas das propostas participando junto com a pessoa idosa.
A estimulação cognitiva como procedimento de reabilitação e de terapia
A estimulação cognitiva, quando assume um papel de reabilitação e de terapia, deve ser prescrita e acompanhada por um profissional especialista, como, por exemplo: terapeuta ocupacional, gerontólogo, psicólogo, pedagogo, psicopedagogo, neurologista, entre outros.
Entretanto, nos demais casos, um cuidador (familiar ou profissional) devidamente capacitado e orientado, a estimulação cognitiva poderá ser uma parceira imprescindível para que um número cada vez maior de pessoas possa ter acesso aos benefícios dessas atividades.
Caso você queira se aprofundar no tema, a Equipe ATIV.Idade Envelhecimento Ativo (Instagram) facilita um Workshop de 20 horas com certificado, clique aqui para receber informações da próxima turma.
Associados da Acirmesp recebem descontos especiais, então clique aqui para associar-se e aproveitar!
Autoria do texto: Equipe ATIV.Idade Envelhecimento Ativo